Quando tinha 8 anos de idade, meu pai tinha um fliperama bem famoso no setor onde eu morava. Todos os meninos da região vinham até esse fliperama para jogar jogos como Street Fighters, The King of Fighters, Resident Evil, Bomberman etc.

Meu pai tinha um combinado comigo: "Sempre que eu chegasse da escola eu iria ajudar ele na gestão do fliperama".

Um de nossos clientes mais recorrentes do fliperama, era meu primo, que também se chamava Marcos, que tinha 15 anos. Como o fliperama era praticamente a segunda casa do Marcos e quase sempre ele estava presente, para diferenciar os nomes, o meu pai e todos os nossos clientes me chamavam de Vinicinho "que seria diminutivo de Vinícius".

Eu era um dos meninos mais viciados do fliperama. Praticamente, eu já tinha finalizado todos os jogos solos que meu pai tinha e era uma espécie de Rei dos jogos de luta. Participei de campeonatos e ganhei muitas apostas.

Direto aconteciam brigas por causa dos jogos de luta que faziam com que meu pai ameaçasse os meninos com uma 12 "que por sinal era de brinquedo" para os arruaceiros irem embora. Os clientes morriam de medo do meu pai, mas como o fliperama era o melhor, nós éramos a preferência.

Minha vantagem nesses conflitos era o fato de eu ser filho do dono do fliperama que tinha uma "shotgun", ninguém mexia comigo e todos fingiam ser meus amigos achando que eu iria dar algum tipo de vantagem dentro do fliperama.

Como as pessoas não mexiam comigo e eu era um dos caras mais viciados de Goiânia, o meu primo se comportava como o meu empresário para ganharmos dinheiro juntos. Ele buscava os campeonatos para mim participar, criava alguns amadores no fliperama do meu pai e encontrava adversários fortes e mais velhos para uma criança nerd de 8 anos enfrentar.

Ganhamos muito dinheiro com isso trabalhando juntos. Meus pais não deixavam eu sair de casa sozinho, contudo, eles tinham total confiança no Marcos para me levar nos lugares, cuidar de mim e me devolver em segurança.

Me lembro como se fosse ontem de um dia que o Marcos tinha falado que tinha achado um adversário do The King of Fighters 97 para mim enfrentar no centro. Ele me levou para um beco deserto que parecia o início do jogo "Silent Hill", mas eu confiava plenamente nele e achava que meu adversário estaria em algum lugar por ali.

Naquele beco ele me mandou tirar a roupa. Achei curioso aquela situação, mas achei que era algum tipo de ritual para o cara aparecer e então, eu tirei.

Fiquei apenas de bermuda e ele colocou duas notas de 100 R$ na minha mão e falou que para mim ganhar aquele dinheiro, eu tinha que tirar tudo.

Naquele momento eu imaginei o tanto de jogos novos e brinquedos eu poderia comprar com 200 Reais, então eu fiquei pelado. O Marcos se ajoelhou e começou a me chupar sem parar e perguntava o tempo todo se eu estava gostando.

Eu respondi para ele: "Estou achando meio nojento, eu faço xixi por aí". Mesmo assim ele continuou por um tempo... Tudo foi piorando... Ele me fez fazer coisas horríveis... Eu só queria que ele parasse.

Quando ele terminou, ele colocou mais uma nota de 100 Reais na minha mão e falou que era para mim ficar que nem um cachorrinho de quatro para ele, e então, ele começou a lamber o meu ânus, dar umas dedadas que doía bastante naquela região e ele me batia enquanto realizava o ato. Eu pedia para ele parar, mas ele continuava. Quando comecei a gritar ele colocou a mão na minha boca. Ele não parava... Depois de um bom tempo comigo gritando, ele ficou com medo e mesmo tampando a minha boca, ele parou.

Ele perguntou se eu gostei, e eu respondi que não, e chorando pedi para ele levar para casa. Então ele pegou o dinheiro que tinha me dado e falou que só iria me dar o dinheiro depois de uma semana se eu prometesse não contar nada para os meus pais. Como eu queria muito o dinheiro, eu topei e então ele me levou para casa.

Nunca mais confiei nele para sair, parei de competir em campeonatos e sempre que ele chegava no fliperama, eu mentia para o meu pai que tinha tarefa para fazer ou que estava passando mal.

Eu não conseguia ejacular de jeito nenhum quando fiquei mais velho. Não conseguia sentir prazer na penetração, nunca gostei que me chupacem e muito menos de fazer sexo de forma convencional.

Em 2016 Marcos sofreu um acidente de carro em uma rodovia. Ele estava dirigindo sem sinto com sua namorada quando um cachorro entrou no meio do caminho. Marcos foi tentar desviar e isso resultou no carro capotando. Ele e sua namorada não resistiram.

No seu velório, eu só conseguia sentir raiva olhando para o seu cadáver, nunca tive a chance de perguntar "Por que você fez isso comigo seu monstro".

Naquele momento não derramei uma única lágrima e a única coisa que fiz, foi clamar para uma divindade justiça pelo que ele fez comigo. Depois de muita terapia e hipinose eu consegui o perdoar, mas naquele momento, tenho vergonha de admitir, eu senti felicidade.

Na cama, nos dias atuais, sinto prazer apenas com trampling e gutpunching. Apesar de não namorar, sou grato por ter encontrado pessoas que me fizeram experimentar esse fetiche de forma genuína e respeitosa.

Eles me provaram que eu não sou uma pessoa estranha e que é normal sentir fetiche assim. Eles nunca entenderão o quão importantes foram na minha vida nesse processo de superação, mesmo assim, os recompensei com uma sessão de massoterapia, que era o que eu poderia oferecer. Eu ofereceria o mundo, as estrelas o por do sol mais lindo e até mesmo o oceano se isso estivesse ao meu alcance, mas naquele momento, essa foi a única forma que encontrei de retribuir e sei que não chega nem perto do que fizeram por mim.

❤️ Espero que eles estejam bem, apesar da distância entre nós e que você tenha gostado do meu artigo. Se curtiu, deixa o seu like e te vejo no próximo. ❤️

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Last edited on 6/21/2022 3:31 AM by Vinictus
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saulo (7)

6/08/2022 5:10 PM

muchas gracias por compartir tu experiencia y superarlo espero que estés muy bien.

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Vinictus (6)

6/08/2022 7:54 PM

(In reply to this)

Gracias ❤️

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Licra (5)

6/16/2022 10:33 PM

Muy pocas respuestas para un testimonio tan duro, valiente y honesto. No eres el único, ni eres raro, es una terapia que lo expliques. Un abrazo.

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